A juíza de direito da vara única de Altos, Andrea Parente Lobão Veras, decretou a prisão preventiva do pai do garoto de 13 anos encontrado na cela de um detento condenado por estupro na penitenciária Major César. Gilmar Francisco Gomes vai responder por abandono de incapaz. Segundo a juíza, ele colocou a vida do filho em risco e o expôs a uma situação vexatória. A prisão ocorreu no 14º DP.

A polícia também pediu a prisão da mãe do garoto, Sebastiana da Silva Rodrigues, mas foi negada. Já o detento José Ribamar Pereira Lima, que chegou a esconder o menino debaixo de sua cama na cela, vai sair do semiaberto e voltar para o regime fechado. A magistrada entendeu que ele privou o adolescente de liberdade.

A Polícia Civil trabalha com hipótese de aliciamento do garoto, que possui 13 anos. Em depoimento, o menino disse já ter dormido no presídio anteriormente. Ele passou quase 16 horas dentro do local, que tem capacidade para 290 detentos, mas abriga 380.

O garoto foi levado ao presídio pelo próprio pai que negou ter recebido recompensa financeira para deixar o filho com o preso na cela. Ele disse que o detento é seu "compadre", ajuda sua família e que não viu nenhum perigo em deixá-lo lá.

Já a mãe do garoto disse à polícia que o filho ficou no presídio sem sua autorização. O detento Pereira Lima negou que tenha abusado do menino. O garoto disse ao Conselho Tutelar que ficou no presídio porque o pai pediu. O menino prestou depoimento a um grupo composto por conselheiro, psicólogo e assistente social.

A juíza da Infância e da Adolescência, Maria Luiza de Mello de Freitas, já havia determinado que o garoto ficasse em um abrigo até a conclusão do inquérito que apura o caso. Seus três irmãos menores também foram retirados dos pais na manhã de quarta e enviados para um abrigo de Teresina.

O pai do garoto, em liberdade há seis meses, cumpriu pena na Major César também por estupro de vulnerável, e dividia a mesma cela com José Ribamar.

Fonte: Cidade Verde/Hérlon Moraes e Yala Sena