Foram mais de dois meses de negociação, propostas e contrapropostas, mas enfim o Altos anunciou Francisco Diá como treinador da equipe para a temporada 2017. Apresentado nesta sexta-feira, fica a pergunta na cabeça do torcedor: Quem é, afinal de contas, Francisco Diá? O que esperar deste técnico no Jacaré? Como a equipe vai se portar dentro de campo?

Depois da temporada 2016, quando o Altos foi o time sensação do futebol piauiense e bateu na trave ao tentar o acesso na Série D, as expectativas crescem. E Diá chega com a moral de ter levado o Campinense à final da Copa do Nordeste, apesar de ter sido rebaixado com o América-RN na Série C. O GloboEsporte.com levantou alguns pontos sobre o treinador para tentar explicar ao torcedor o que esperar do Potiguar na próxima temporada.

Currículo

Francisco de Assis Ciríaco dos Santos, o Francisco Diá, nasceu em 5 de novembro de 1955 em Natal, no Rio Grande do Norte. Começou a carreira de treinador em 1995, comandando o Santa Cruz-RN. De lá passou por vários clubes, a maioria deles no Nordeste, como ABC-RN, América-RN, Santa Cruz, Icasa, Botafogo-PB e Campinense, entre outros.

Na parede do técnico constam alguns prêmios, entre eles dois acessos. Diá levou o Alecrim da Série D para a Série C em 2009, e em 2012 assumiu o Icasa na zona de rebaixamento e levou o time ao vice-campeonato da Série C. Nas últimas duas temporadas foi bicampeão paraibano com o Campinense, sendo nas duas vezes eleito o melhor treinador da competição. Este ano ainda levou a equipe ao vice-campeonato da Copa do Nordeste.

Francisco Diá, técnico do Campinense (Foto: Silas Batista / GloboEsporte.com)
Francisco Diá no Campinense, onde foi campeão e eleito melhor técnico do estadual (Foto: Silas Batista)

Como todo técnico, no entanto, Diá teve seus momentos ruins. Em 2013, foi contratado pelo Barueri para salvar a equipe do rebaixamento, mas acabou demitido após cair para a Série C com cinco derrotas em cinco jogos. Neste ano também não teve sucesso no América-RN, sendo rebaixado para a Série D no mesmo grupo do River-PI, após 3 vitórias, 4 empates e 5 derrotas, um aproveitamento de apenas 36,1%.

Relação com jogadores

Parte da profissão de técnico inclui saber construir uma boa relação com o elenco, criando um ambiente saudável na equipe. A fama de Francisco Diá é de ser do tipo mais durão, que cobra dos jogadores e é mais impessoal no relacionamento. Na sua passagem pelo América, foi criticado abertamente pelo meia Elias, que após ser dispensado disse que ele “mal cumprimentava os jogadores”. O treinador negou a situação. Em sua chegada a Teresina, Diá comentou.

- Sou um treinador que cobro muito no campo, mas também sou amigão de todos. Não só dentro, mas fora do campo também. A gente cobra aquilo que a gente passou ao longo da semana e os jogadores assimilaram. E jogadores que tenham um comportamento profissional, isso é importante para mim – resumiu.

Estilo de jogo

Adaptação. Esta talvez seja a melhor palavra que defina o estilo do treinador colocar seus times para jogar, segundo o próprio. Em sua chegada ao Piauí, Diá disse que adapta o esquema tático de acordo com o elenco e a situação do jogo, mas que em geram tem preferência por duas características: marcação e velocidade.

Francisco Diá (Foto: Francisco Filho)
Ao desembarcar em Teresina, Diá disse que irá adaptar o estilo de jogo ao elenco (Foto: Francisco Filho)

- Meu estilo de jogar vai depender do elenco que eu tiver em mãos. As características deles é que vão fazer eu montar meu time. Já usei no Icasa 4-2-3-1, no Campinense o 3 – 6 – 1. Em uma jogo partida já coloquei 3 atacantes e até 4. Isso é relativo, dependendo das circunstancias da partida a gente vai fazendo o que é necessário – disse.

Polêmicas

Próximo ao fim da sua passagem pelo Campinense, foram vazados áudios em aplicativos de mensagem em que Diá contava de uma discussão com o presidente Willian Simões, que o teria acusado de empresariar jogadores e forçar a venda de atletas do clube. Na gravação, ele rebate as acusações e chama o presidente de despreparado.

No segundo semestre, quando estava no América-RN, Diá teve problemas com alguns jogadores. Além de Elias, que disse que ele sequer cumprimentava os jogadores, o treinador também sofreu críticas do atacante Lucio Curió, que afirmou que os mal resultados do time em campo eram culpa do técnico e falou que ele “não sabe nada de bola”. Os dois jogadores foram dispensados do Mecão ainda durante a Série C.

Futuro no Altos

Apresentado oficialmente na manhã desta sexta-feira, Diá confirmou a contratação do goleiro Alex Alves e o interesse em manter o atacante Gênesis, emprestado ao Boa Esporte. O meia-atacante Rafael Piauí também foi anunciado pela diretoria, que afirma está negociando com mais 10 nomes, ainda não revelados. A apresentação do elenco completo para a pré-temporada está prevista para o dia 11/12.

Fonte: Globo Esporte Piauí
Foto Destaque: Luís Júnior