Reportagem publicada no site EL PAÍS revela que a falta de alimentação adequada foi o motivo de seis presos da Cadeia Pública de Altos terem morrido em maio do ano passado. Além da mortes, pelo menos 56 detentos da unidade prisional foram internados após apresentarem sintomas como vômito, febre, fraqueza e quadro de insuficiência renal.
De acordo com relatório do Ministério da Saúde, os presos morreram devido a um surto de beribéri, doença causada pela falta de vitamina B1 e relacionada a uma alimentação inadequada e pobre em nutrientes. Em suma, morreram desnutridos.
A conclusão consta em um relatório técnico do Ministério da Saúde obtido pelo EL PAÍS. De acordo com o documento, 199 dos 656 presos na CPA foram atendidos no serviço de saúde com sintomas e 56 foram internados.
Na época das mortes o Ministério Público Estadual chegou a concluir que os os presos teriam adoecido depois de uma dedetização “mal feita”, que teria provocado intoxicação exógena (envenenamento). A Secretaria de Estado da Justiça investigava suspeita de leptospirose.
Na manhã deste sábado (3) a Sejus disse ao site Cidade Verde que o relatório do Ministério da Saúde confirma o surto de beribéri.
Em nota, a Sejus esclarece que, desde o início do ocorrido, prestou todos os atendimentos e assistência aos internos que sentiram os sintomas. Em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí, uma enfermaria foi instalada na própria unidade prisional, a fim de dar um maior suporte aos detentos, evitando o translado de internos aos hospitais da rede pública de saúde.
“Além disso, foram feitas limpezas na tubulação e reservatórios de água do presídio, com o intuito de cessar a hipótese de intoxicação pela água. Enquanto os reservatórios de água passavam por limpeza, os detentos receberam água mineral. Também houve um reforço vitamínico e alimentar através de variações de cardápio, conforme instruções da equipe do Ministério da Saúde que esteve presente no local. A Sejus reitera, ainda que, tem mantida a atenção redobrada na saúde de todo o sistema prisional, diante da pandemia por Covid-19”.
Fonte: Cidade Verde