Acróstico
Parabéns, ó Paróquia querida.
Aumentai mais e mais nossa fé,
Relembrando o amor que nos teve
O senhor, nosso pai, São José.
Que tu sejas pra nós um exemplo,
Uma luz linda na escuridão.
Imitemos o gesto de Cristo,
Ajudando a todo irmão.
De Altos tu és Casa-Mãe,
E vários frutos ao mundo deixou.
Sua gente humilde procura,
Aliando labor com ternura,
Ofertar para todos o amor.
Já se ouvem os sinos tocando
Ó guardemos em nossa memória:
Se vivermos sempre nos doando
Estaremos com o Pai na Sua glória.
Decrescendo ao nosso passado,
O criador foi Dom Severino;
Seu primeiro e ilustre pároco
A pessoa do Padre Josino.
Lembremos da grande ajuda
Também que nos deu Cônego Honório;
O progresso e a fé implantou.
Ser fiel e de grande simplório.

Nossa Paróquia de São José completou nesta sexta-feira, 09 de março de 2012, 69 anos de ereção canônica.

Conforme definido no cânon 515 do Código de Direito Canônico, uma Paróquia “é uma determinada comunidade de fiéis, constituída estavelmente na igreja particular, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco como a seu pastor próprio, sob a autoridade do Bispo diocesano”.

A história religiosa de Altos teve início nos idos de 1800, quando aqui chegou o pioneiro João de Paiva Oliveira, que devotava culto a São José. Com o decorrer do tempo, essa comunidade, já com os auspícios de povoação, tornou-se freguesia da Paróquia de Nossa Senhora do Amparo, de Teresina.

Seu implemento e desenvolvimento deve-se ao Cônego Honório José Saraiva, vigário geral forense da referida Paróquia do Amparo de 1883 a 1903, que, contando com a ajuda da população, levantou em 1891 a primeira capela. No dia 13 de julho de 1901, lançou a pedra fundamental de nossa primeira igreja, consagrada a São José.

Acometido de hanseníase (lepra), o Cônego Honório veio a falecer em 1904, sendo sepultado dentro de seu inacabado projeto, cabendo ao Monsenhor Joaquim de Oliveira Lopes a continuação das obras.

Crescendo o povoado, fez-se necessário um espaço maior para os fiéis. Coube ao padre Fernando Lopes e Silva o início da construção da segunda Casa de São José, em meados da década de 30, sendo os trabalhos concluídos pelo padre Josino Borges Leal, já no final dos anos 40.

No dia 09 de março de 1943 é erigida canonicamente a Paróquia, elevando-se à categoria de matriz a igreja de São José. A criação da Paróquia deveu-se ao então Bispo Diocesano do Piauí, Dom Severino Vieira de Melo.

No dia 12 de março do mesmo ano foi nomeado para atender provisoriamente às necessidades pastorais da nova Paróquia o piedoso capuchinho italiano da Ordem Franciscana Secular, Frei Heliodoro Maria de Inzago, que tomou posse às 09 horas da manhã do dia 14 de março.

Em sua passagem por nossa comunidade, Frei Heliodoro fundou o Apostolado da Oração no mesmo ano de sua chegada. O “paizinho”, como ficou conhecido pela comunidade piauiense, foi substituído pelo padre Josino Borges Leal, o primeiro pároco a residir em nossa cidade, e que tomou posse no dia 08 de maio de 1944.

Padre Josino fez o acabamento da igreja. “Reformou as capelas laterais, dando-lhes mais altura e dimensão. Reformou a torre que era abobadada, deixando-a mais alta e pontiaguda. Reformou o altar-mor, que foi pintado todo de tinta dourada e prateada. Fez a pintura prateada da parte superior da torre que de longe refletia a luz solar. Construiu o côro e a escada em caracol de concreto. Fez o forro de toda a igreja (em madeira de lei) e meteu o piso em mosaico preto e branco e completou os lados da igreja, partindo das capelas laterais até a fachada, com muretas complementadas por grades de madeira lavrada em pontas, e plantou roseiras e outras flores nos jardins laterais da bela Matriz”, de acordo com a invejável memória da poetisa e cronista Ignês Sousa Pereira, testemunha ocular e participante do coral da igreja na época.

Toda a obra foi concluída em 1949, inclusive o patamar, cinco anos após a chegada do padre Josino, que também construiu a Casa Paroquial.  São ainda iniciativas deste profícuo sacerdote a criação da Confraria dos Vicentinos (1946) e da Pontifícia Obra das Vocações Sacerdotais, hoje extinta.

No dia 08 de agosto de 1951, padre Josino deixa a nossa Paróquia, substituindo-o no mesmo ano o padre Tarcísio Félix da Cruz, que tomou posse em 28 de dezembro de 1951 como vigário ecônomo.

Em seguida, vieram o Cônego Antônio Cardoso de Vasconcelos (posse no dia 14 de fevereiro de 1954), padre Expedito Carneiro de Aguiar (posse em 30 de janeiro de 1955) e padre José Machado Coelho, que tomou posse no dia 11 de agosto de 1957.

Padre José Machado Coelho, que abandonou o sacerdócio para dedicar-se ao matrimônio, fez, nos final dos anos 50, novas alterações na matriz, iniciando trabalhos de ampliação da mesma, erguendo paredes em torno das existentes, deixando a outra igreja por dentro, e levantando para o teto colunas de concreto em duas alas.

A poetisa Ignês Sousa nos informa ainda que era plano do aplicado padre Machado deixar a igreja de São José igual à catedral de Santo Antônio, de Campo Maior. Porém, não foi possível concluir a obra antes de sua saída, deixando por ser feito o acabamento.

Para o lugar do padre Machado veio, em caráter provisório, o padre Raimundo Nonato de Carvalho Melo que no dia 12 de julho de 1970 foi substituído pelo Monsenhor Luiz de Castro Brasileiro, que deu prosseguimento à ampliação da igreja, modificando, porém, parcialmente a sua estrutura. Monsenhor Luiz Brasileiro descaracterizou o belo projeto e, como os antecessores, destruiu o belíssimo patrimônio histórico e cultural da nossa cidade, que foi transformado numa obra sem arquitetura alguma, numa ligeira imitação de um armazém.

Monsenhor Luiz Brasileiro faleceu no dia 06 de julho de 1980, sendo sepultado dentro da matriz de São José. Foi substituído pelos padres – depois monsenhores – Isaac José Vilarinho e Deusdedit Craveiro de Melo.

Coube ao padre José Lisardo Pontes Neto, que assumiu a Paróquia no dia 15 de maio de 1983, a construção de uma torre na nova igreja, de capelas nos bairros Maravilha, Tranqueira, Batalhão e Santo Antônio/São Luís, além do Centro Pastoral Monsenhor Luiz Brasileiro. Padre Lisardo deixou a Paróquia no dia 12 de abril de 1987.  Anos mais tarde, fez-se a segunda torre (na lateral esquerda), já na feição atual, e, um pouco depois, alterou-se a estrutura da torre direita, igualando-a à esquerda.

Diversas outras mudanças e vários padres seguiram-se com o correr dos anos: Pe. Mateus Machado de Oliveira Coelho (18.04.1987-10.01.1988), Pe. Raimundo Nonato de Oliveira, o Dodó (10.01.1988-10.01.1993), Pe. Antônio Francisco Silva (17.01-03.04.1993), Pe. Francisco das Chagas Alves (03.04.1993-10.04.1994), Pe. Juarez Sousa da Silva (10.04.1994-24.03.1996), Pe. Raimundo Nonato Cruz Duarte (24.03.1996-31.01.1999), Pe. (agora Monsenhor) Raimundo Nonato de Oliveira - Dodó (31.01.1999-31.01.2002), Monsenhor Celso Ferreira dos Santos (31.01.2002-05.01.2003) e Monsenhor Silvestre Félix de Sousa (05.01.2003-05.01.2011).

A partir de 12 de junho de 1975, pela Bula Apostólica Tametsi Munus Eclesiae, do Papa Paulo VI, a Paróquia de São José é desmembrada da Arquidiocese de Teresina, passando a integrar a nova Diocese de Campo Maior, instalada oficialmente no dia 12 de junho de 1976, sob os cuidados pastorais do Bispo Dom Abel Alonso Nuñez, substituído depois por Dom Eduardo Zielski, que assumiu a Diocese no dia 07 de maio de 2000.

Além da Paróquia de São José, que foi a primeira erigida em Altos, atualmente nossa cidade conta com mais duas paróquias: Nossa Senhora das Mercês (criada em 01.01.1993) e Santuário de São Raimundo Nonato (criado em 06 de julho de 1997).

Em 01.09.1998 foi criada por D. Abel a Paróquia do Divino Espírito Santo, visando dar uma melhor assistência religiosa ao povo de Deus da região da localidade Vista Alegre e adjacências. Tempos depois, em 2005, Dom Eduardo Zielski fez nova determinação: considerando que a comunidade não teria estrutura para manter seu funcionamento, a mesma não mais seria paróquia, mas apenas uma capela e área pastoral.

O pároco atual da igreja matriz de São José é o Padre Claudinei Silva Pereira, que assumiu a Paróquia no dia 05 de janeiro de 2011.

Texto, com algumas atualizações, extraído do livro Na fé da minha Paróquia,de Carlos Dias, publicado em dezembro de 2009.

Por Carlos Dias, professor e pesquisador
Edição: Portal Altos