Estudantes do município de Altos, distante 40 km de Teresina, interditaram as principais vias de acesso da BR 343, que liga a capital ao litoral do estado, na manhã desse sábado (7). O protesto, que se concentrou no cruzamento da Avenida Francisco Raulino com Avenida João de Paiva, visa garantir a meia passagem estudantil para os alunos que utilizam o transporte interestadual, dentre outras reivindicações.
"Hoje, o universitário que mora em Altos e estuda em Teresina precisa pagar R$ 7, todos os dias, para ir e voltar da capital. Além disso, tem que arcar com as despesas de locomoção interna na cidade. Só queremos que cumpram nosso direito à meia passagem", declara Karine Rodrigues, membro da União Estudantil Altoense.
A segunda reivindicação dos estudantes trata-se da tarifa social para o trabalhador que também está sujeito a pagar R$ 7, diariamente, para se deslocar até Teresina. "Além disso, os ônibus não são adaptados para a bilhetagem eletrônica, o que prejudica muitos trabalhadores que recebem das empresas a ajuda de custo para o transporte através de cartões eletrônicos", explica.
Os manifestantes também reclamam a abertura imediata de licitação das empresas de transporte coletivo que fazem o trajeto Altos/Teresina, Teresina/Altos. "Apenas uma empresa faz essa linha, e ela conseguiu a concessão de circulação de forma irregular, pois a primeira empresa que detinha a autorização para explorar o trecho passou a concessão para a atual sem participar de licitação", afirma Karine Rodrigues.
A moradora Maria do Rosário defendeu o protesto estudantil. "É um absurdo pagar R$ 3,50 para ir a Teresina e mais R$ 3,50 para retornar a Altos. Esse valor para um assalariado pesa muito no orçamento. E eu ouvi dizer que vão subir o preço", relata a moradora.
Contudo, muitos motoristas e caminhoneiros que tiveram seu trajeto interrompido por causa da manifestação ficaram revoltados com a situação e chegaram a disparar gestos obscenos para os estudantes. A Polícia Militar foi acionada e tentou conter os ânimos.
De acordo com o soldado Teixeira, a polícia solicitou que os manifestantes ocupassem apenas uma das faixas da avenida e liberasse a outra para o tráfego. Os alunos acataram o pedido e logo se dispersaram.
Fonte: O Dia