Mais uma vez estamos prestando homenagens ao nosso caríssimo padroeiro São José, por ocasião dos festejos em sua honra, que culminará com as solenidades religiosas de mais um aniversário de sua entrada no céu, no dia 19 de março.
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E para que a devoção a São José não fique apenas em nível sincrético, nosso jornal resolveu passar do sincrético pelo analítico para o sintético, pretendendo transformar nossa devoção em veneração ao grande padroeiro da Igreja Universal, trazendo à sociedade altoense o resultado das pesquisas realizadas em torno da personalidade de nosso Santo.
José viveu entre o último século antes de Cristo e o primeiro século da era cristã, havendo dúvidas com relação à sua naturalidade: Nazaré, na Galiléia, ou Belém, Palestina. Pertencia à descendência de Davi.
Quando Maria, Mãe de Jesus, atingiu a idade de 15 anos, os sacerdotes e sacerdotisas que viviam no Templo e dela cuidavam desde a idade de três anos, quando seus Pais a consagraram a Deus, decidiram que ela deveria casar-se como era de costume na época. Conforme a tradição, o esposo de Maria deveria ser da linhagem de Davi, à qual a jovem pertencia. José fora o eleito.
Jovem, cheio de virtudes, o humilde e dedicado carpinteiro consagrou-se a Deus porque não se achava digno de ser o escravo dos escravos do Messias prometido, pois era conhecedor das Sagradas Escrituras.
Consultado pelos sacerdotes e após saber de Maria que era profunda conhecedora das Escrituras Sagradas, que fizera voto a Deus por amor e porque não se achava digna de ser a escrava das escravas da Mãe de Deus, José ficara noivo da jovem que conheceu ser cheia de graças e dotada de todas as virtudes. Ambos decidiram viver suas vidas de consagrados a Deus, no casamento. Assim, surgia a primeira Família de pessoas consagradas a Deus com o objetivo de sublimar o amor terreno vivendo o amor total e puro ao Senhor, vendo na vontade de seus superiores a expressa e clara vontade do Todo Poderoso.
O noivado, como sempre, era um tempo de preparação para a vida futura de casados. Durante este período os noivos cuidavam de construir o seu futuro lar. E, convivendo mais próximos um do outro, iam se conhecendo melhor.
José maravilhava-se com o santo convívio e as virtudes de Maria, que era doce, pura e perfeita.
Deus, porém, tem os seus desígnios e confia nos seus escolhidos. Prova-os para que se purifiquem mais e o sirvam com profunda fé, amor puro e dedicação perfeita.
José fora provado por Deus antes de exercer a sublime missão que o Senhor iria conferir-lhe.
Estava noivo de Maria quando ela ficou grávida após o “SIM” que dera ao Anjo quando da anunciação do grande mistério.
Maria, em sua autêntica humildade e prudência, nada lhe havia participado, deixando para Deus a iniciativa, porque era submissa à Sua Santa Vontade.
Ao perceber que Maria esperava um filho, José perturbou-se profundamente. Mas, as virtudes e a santidade da Mãe de Deus não lhes davam motivos para, nem sequer, de leve, suspeitar de sua pureza. Pretendeu então deixá-la secretamente, sem ofendê-la com a humilhação do repúdio. Todavia foi logo socorrido por um anjo que o notificou sobre a vontade de Deus em fazer de Maria, sempre virgem, a Mãe do Salvador a quem ele poria o nome de Jesus. Então, com presteza, alegria e felicidade, José a desposou, aceitando com profunda humildade e gratidão a paternidade adotiva do Filho de Deus.
Para atender determinações governamentais sobre recenseamento, seguiu para Belém acompanhado da esposa, às vésperas do parto. Não encontrando hospedarias ficaram alojados numa gruta e ali assistiu ao nascimento do Salvador do mundo. Recebeu a visita dos pastores, dos Magos do Oriente e estava presente quando da apresentação de Jesus no Templo, no quadragésimo dia do seu nascimento.
Obedecendo ordens de Deus através de um Anjo, fugiu com a Família para o Egito para escapar à fúria de Herodes contra a criança.
Com paciência e extraordinário zelo protegia a mulher e o filho, enfrentando os maiores sacrifícios.
Após a morte de Herodes, voltou para a sua terra fixando-se em Nazaré. Provia o sustento da família trabalhando como carpinteiro, auxiliado por Jesus ainda menino.
Cumprindo a Lei Judaica, José ia anualmente a Jerusalém, por ocasião da Páscoa, oferecer sacrifícios. Aos doze anos Jesus acompanhou os Pais pela primeira vez, ocasião em que permaneceu no Templo discutindo com os Doutores da Lei. José e Maria passaram grande aflição procurando o menino por toda parte.
Daí em diante nada mais se sabe sobre a vida de São José. É possível que tenha morrido antes de Cristo, desde que, aos pés da Cruz, Maria foi confiada pelo Redentor à proteção de João Evangelista.
A partir de 1871 o Papa Pio IX declarou São José padroeiro da Igreja Católica. No Brasil é, também, padroeiro dos operários e é festejado a 19 de março. E para nós altoenses ele é o nosso querido padroeiro!
Artigo publicado no jornal O Altoense, edições de números 01 e 02 de março e abril de 1987.
Edição: Portal Altos