Cinturão de Fogo. Este é o título do novo livro de autoria do jornalista e escritor Toni Rodrigues, o 16º de sua carreira. Será lançado em Altos na próxima sexta-feira, dia 16 de agosto, no Centro Pastoral Monsenhor Luiz Brasileiro, no centro da cidade. “Todos estão convidados”, afirma o escritor, acrescentando que tem feito, ao longo da história, lançamentos de suas obras em Altos, cidade que o adotou ainda pequeno e onde reside até hoje. A obra trata sobre os incêndios dos anos 40 em Teresina e as disputas de poder dentro do governo Leônidas Melo. Na época a cidade foi varrida por uma onda de eventos criminosos que penalizavam moradores de casas de palha da periferia. Os incêndios aconteciam principalmente entre os meses de setembro e dezembro, os mais quentes do ano na capital piauiense.
O governo culpava a oposição, a oposição culpava o governo. No meio do fogo cruzado, a população pobre que ficava completamente desamparada. O interventor Leônidas Melo demorou muito tempo para tomar providências. E quando o fez centenas de pessoas humildes haviam sido presas e torturadas pelo chefe de polícia Evilásio Vilanova, segundo acusações de seus contemporâneos.
O médico Agenor Barbosa de Almeida, que foi o primeiro diretor do Hospital Getúlio Vargas, foi designado pelo interventor para investigar a situação e oferecer um laudo conclusivo sobre as denúncias de torturas. Ele mostrou que o operário Manoel Gomes Feitosa fora vítima da crueldade da polícia. Outros cinco presos também foram torturados e mortos, mas os laudos desapareceram do inquérito que investigou os crimes.
O livro de Toni Rodrigues traz revelações inéditas amparadas em depoimentos e documentos de época. Reproduz literalmente a defesa apresentada pelo médico José Cândido Ferraz e feita pelo advogado Victor do Espírito Santo e outros que foram injustamente acusados. O Tribunal de Segurança Nacional trouxe uma conclusão surpreendente para o fato.