Representantes de entidades estudantis e de trabalhadores de diversas cidades da Região da Grande Teresina se reuniram no final da manhã desta quinta-feira (10/12), com o superintendente da Strans, Carlos Augusto Daniel, na sede do órgão municipal, na avenida Pedro Freitas, zona sul de Teresina. O encontro tinha como pauta a retirada das paradas de ônibus intermunicipais da região central de Teresina, que segundo os próprios usuários está causando uma série de transtornos, como dificuldades de locomoção e riscos de assaltos.

Os moradores dos municípios vizinhos que se deslocam diariamente para estudar e trabalhar em Teresina protestaram e querem o imediato retorno de algumas das paradas para os locais anteriores.

Os manifestantes reclamam que o prefeito Firmino Filho (PSDB) não quis ouvi-los e que vão tentar fazer que ele reconsidere a medida. A principal alteração determina que os veículos não poderão mais fazer paradas no Centro da capital. A mudança visa garantir a fluidez no trânsito, que não estaria mais suportando o intenso fluxo vindo do interior. Os ônibus que vêm da região Norte do estado tem agora parada na estação ferroviária e na rua João Cabral, próximo à Amapi.

As reclamações intensificaram-se ainda mais agora no período natalino, já que muitos dos trabalhadores do comércio no Centro de Teresina são dessas cidades e as lojas ficam abertas até 20h, o que causa medo, devido as longas distâncias até as novas paradas.

Jailson Cruz, 25, presidente da Associação dos Usuários dos Transportes Coletivos de José de Freitas, afirmou que, caso a medida não seja revogada, haverá uma manifestação nas ruas. "Nós iremos bloquear algumas das avenidas de Teresina se necessário for, não queremos que isso seja necessário acontecer, mas se for nós não fugiremos a luta. Por que isso é uma total falta de respeito com as pessoas. E se necessário nós pasaremos um mês acampados na Frei Serafim.  O que nós pedimos é apenas uma parada aqui no Centro”, informou ao site O Olho.

“Fui muito prejudicada  principalmente no quesito da segurança e são em torno de 6, 7 km da minha parada até onde eu estudo e o pior é que eu estudo no turno da noite e é muito perigoso pois aqui na região ocorrem muitos assaltos", disse Jéssica Rayane, 18, estudante do IFPI  localizado na zona Sul, natural de Altos.

O vereador Gilberto Paixão (PT) e outras lideranças comunitárias participaram da reunião e concederam entrevista à reportagem do site.

"Esse é um problema que atinge todos nós, eu sou comerciário e minha categoria mora na região da grande Teresina, como também tem os estudantes e toda uma sociedade que precisam da capital, mas Teresina também precisa dessa sociedade, pois é quem trás riqueza para nós. A nossa preocupação é facilitar a vida de quem usa transporte coletivo. Não houve ainda uma discursão séria sobre essa região para que haja transporte de qualidade e para que aquela sociedade quem vem do município vizinho tenha acesso ao centro de Teresina. Acreditamos que tem solução e tem de haver uma, porque se não vier no diálogo, vem na força", disse o vereador Paixão.

"Altos tem quase 5 mil pessoas que fazem esse trajeto diário Teresina-Altos. São pessoas que ficaram prejudicadas, são pessoas que ameaçaram perder o emprego. Porque já pagam uma passagem cara e ainda chegar e ter quer pagar um coletivo... foi uma decisão unilateral", frisou a prefeita de Altos, Patrícia Leal.

POSICIONAMENTO DA STRANS

O coronel Jaime Olivera, diretor de operações de fiscalização de trânsito em Teresina, disse que o núcleo da Superintendência de Trânsito se comprometeu a discutir o problema. "Algumas propostas foram apresentadas. E iremos olhar com bons olhos as sugestões e através da reunião com os diretores ficou acertado que na próxima sexta-feira (18/10) teremos um posicionamento do que irá ocorrer com engenheiros da Strans", frisou.

Fonte: O Olho