No início da tarde desta quarta-feira (14) um morador do bairro Tranqueira, em Altos, denunciou no programa Jornal da Vale do São Francisco o uso do cerol entre adolescentes na tradicional brincadeira de empinar pipa.
O morador, que preferiu não se identificar, disse que os adolescentes normalmente brincam em áreas de grande espaço, como em campos de futebol, mas, às vezes, empinam pipa em ruas de grande movimentação, pondo em risco as vidas de pedestres e principalmente dos motociclistas.
O cerol é feito a partir de uma mistura de cola e vidro moído que é passada na linha da pipa, que passa a funcionar como uma espécie de navalha, e o pior, difícil de ser visualizada.
Com a chegada do período dos ventos fortes, os adolescentes vão às ruas para participar de uma brincadeira bonita e muito divertida, mas que se torna perigosa com o uso destes elementos.
Na última quarta-feira (07/05), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal aprovou um projeto que proíbe o uso da mistura e tipifica a prática como crime.
A proposta, que agora segue para votação pelo plenário da Casa, altera o Código Penal Brasileiro e torna crime a utilização de linhas cortantes com cerol ou assemelhadas, mesmo que seja para empinar pipas. A pena a ser aplicada dependerá da gravidade da lesão provocada na vítima.
Para a autora da proposta, deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), o cerol é uma substância perigosa que tem provocado ferimentos e mortes no país. Os motociclistas têm sido as principais vítimas. “O cerol é capaz de provocar lesões, mutilações ou pior ainda, causar a morte. Isso em decorrência de irresponsabilidades e negligências dos que usam tal meio como diversão”, argumentou a deputada ao justificar a proposta.
Para a peemedebista, é “inaceitável” que a sociedade tenha conhecimento dos acidentes causados pelo uso da substância e não faça nada para modificar essa realidade. “Temos assistido aos noticiários de acidentes e casos envolvendo tais substâncias, os números de lesões, mutilações e mortes de vítimas e, mesmo assim, continuam afirmando se tratar de uma brincadeira saudável, sem haver preocupação com o risco iminente de acidente”. O projeto, depois de aprovado pelo plenário da Câmara, segue para apreciação pelo Senado.
Com informações do Agência Brasil