O crack é uma substância psicoativa euforizante (estimulante), preparada à base da mistura da pasta de cocaína com bicarbonato de sódio.
Para obtenção das pedras de crack também são misturadas à cocaína diversas substâncias tóxicas como gasolina, querosene e até água de bateria.
A pedra de crack não é solúvel em água e não pode ser injetada. Ela tem seu nome originado no som produzido quando da queima da substância pelo usuário, através de cachimbos, latas, alumínio ou objetos improvisados. É encontrado em todas as classes sociais, principalmente nas grandes cidades e periferias, sendo facilmente disponibilizado em razão do baixo custo; pois a mesma não escolhe raça, sexo e condição social.
No Brasil possui cerca de 180 mil usuários desse tipo de droga e as suas consequências são bastante perturbadoras como a física, psicológica e social. Que ajuda a degenerar o ser humano com passar do tempo de uso desse produto químico tóxico.
Alguns sinais podem ajudar na detecção dos usuários desse tipo de droga como o abandono de interesses sociais, mudança de companhias e de amigos, visível mudança física, comportamento deprimido, descuido na aparência, irritação e agressividade, dificuldades ou abandono escolar, perda de interesse pelo trabalho, falta de apetite, emagrecimento e insônia severa e dentre outros aspectos.
Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecer gratuidade a todos os membros da família e atenção especial ao usuário de crack. O seu tratamento é um pouco caro nas clínicas de recuperação como as Fazendas da Esperança, sendo que muitos viciados de baixa renda não consegue esse tipo de tratamento por não terem condições financeiras para custear os gastos e acabam sendo vítimas mortais dessa “doença” conhecida no Brasil inteiro.
Nos meses de Dezembro a Janeiro de 2013 realizamos uma pesquisa sobre o Impacto do Crack no meio social e familiar na Cidade de Coroatá-MA com usuários entre 16 a 35 anos para traçar um perfil do avanço dessa droga nos municípios maranhenses e ter uma visão geral para saber o que acontece com a vida deles.
Em entrevistas concedidas por usuários de rua e pessoas recuperadas obtivemos as seguintes informações em relação aos aspectos sociais e familiares.
Os nomes dos entrevistados serão mantidos em segredo para manter a ética jornalística e informativa em relação ao caso. Os mesmos serão identificados por nomes fictícios e idades verídicas.
Já todo o conteúdo do estudo científico de ampla informação não pode ser totalmente exposto, pois ainda será defendido por estudantes de pós-graduação, limitando assim somente aos dois aspectos já citados anteriormente.
CARLOS MACHADO: 1. A pessoa que se torna um usuário de crack, qual o tipo de relação e convívio familiar?
PEDRINHO 16 ANOS: “revolta, confusão e alguns chegam até ao ponto de matar”.
RAIMUNDÃO 27 ANOS: “Quando o indivíduo se torna um dependente químico, principalmente dependente do crack. O convívio que antes poderia ou seria bom torna-se um pesadelo. Tudo fica diferente e todos se afastam tanto o viciado com a família por causa dessa praga do século XXI”.
JOSÉ 30 ANOS: “A relação é muito difícil porque a família nunca aceita por ser droga. No começo a minha mãe brigava, mas hoje ela nem fala mais”.
CARLOS MACHADO: 2. Como um viciado se sente mediante a sociedade?
PEDRINHO 16 ANOS: “diferente, afastado e, às vezes humilhado”.
RAIMUNDÃO 27 ANOS: “O usuário se sente na maioria das vezes excluído por ambos, pois a família não saber como agir e acaba tomando decisões que leva a exclusão. A sociedade é a principal culpada, pois a maioria das vezes tentamos encontrar uma solução para o caso, e acaba apontando o dedo e nos deixa numa situação cada vez pior”.
JOSÉ 30 ANOS: “Se sente desacreditado por todos, pois ninguém acredita num viciado”.
Baseado nas perguntas e respostas deferidas por eles; notamos que o crack a cada dia vem devastando a vida social e familiar de vários brasileiros.
Apesar das autoridades policiais fazerem seu trabalho em combate às drogas, ainda é pouco, pois esse problema pertence a toda a sociedade civil que deve se mobilizar e ajudar nessa guerra diária que os nossos jovens vem enfrentando ao longo dos tempos.
Outro fator importante é que as autoridades governamentais devem traçar leis mais severas em relação ao tráfico de drogas e políticas públicas eficientes nas áreas do esporte, lazer, educação, cultura e trabalho para livrar os nossos jovens da ociosidade.
E para finalizar um dos fatores mais importante nessa luta contra o crack encontrado nos depoimentos dos usuários é a presença da família, peça fundamental no processo de prevenção e recuperação dos filhos contra a entrada ou saída do mundo das drogas, pois o dialogo, a informação e o acompanhamento constante é uma das principais armas contra esse problema.
Como disse um recuperado: “Além disso, a força de vontade, a fé em Deus e a presença da família são e foram muito importantes na minha vida”.
Por Carlos Machado