Natal! Que acontecimento é esse que reúne todos os povos cristãos nos mesmos sentimentos de alegria e boa vontade?
Que é mesmo o Natal? O Natal é a comemoração do nascimento do Filho de Deus, que se fez homem para ensinar aos homens o caminho do céu. O Natal é o traço de união entre Deus e os homens; por isso, é uma festa essencialmente religiosa que deve ser comemorada em espírito de fé, esperança e caridade.
É uma festa cristã porque afirmamos que cremos em Deus e nos mistérios de Sua encarnação. É uma festa de esperança cristã, porque o nascimento de Jesus é uma promessa da redenção da vida eterna para todos aqueles que - unidos a Cristo - seguem o caminho por Ele apontado.
É uma festa de caridade cristã, pois o nascimento de Cristo traz a nós o Reino de Deus, que é o reino do amor, no qual a primeira das leis manda “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. É a lei da caridade cristã que Jesus implantou na terra, dando aos homens o exemplo de Sua vida e o sacrifício supremo da Sua morte.
O amor de Deus, manifesto pelo nascimento do Menino Jesus, acorda nas almas sensíveis uma onda de gratidão que as leva irresistivelmente para o Criador, enquanto a sublime doação que une a Sagrada Família em torno da manjedoura sugere à família cristã um exemplo de ternura, união e paz a ser imitado.
A Igreja - todos os fiéis - são irmãos em Cristo Jesus e comemora o Natal como o nascimento do homem para a vida espiritual. A família constituída pelos laços de sangue celebra no Natal as bênçãos que lhe foram concedidas pelo Deus Salvador no dia em que esse mesmo Deus escolhe para si, na terra, uma família constituída nos moldes humanos. A Virgem Maria e São José encarnam as virtudes de pureza, união e paz que devem ser cultivados na família cristã.
A caridade cristã que faz todos irmãos e une mais estreitamente ainda os laços da família encontra no Natal, comemorado cristãmente, uma fonte viva de inspiração divina.
Natal é tempo de paz! Os sinos anunciam o nascimento do Príncipe da Paz que quer encontrar espaço no pequeno mundo, na cidade de Belém do nosso coração. Belém és tu, sou eu, somos todos nós. Abramos o nosso coração a Jesus, o Enviado do Pai, que veio para trazer a paz ao mundo.
Abrir nosso coração a Jesus significa dar espaço a Ele, deixá-lo entrar outra vez no nosso coração perturbado e talvez oprimido pelo sofrimento e dissabores da vida. Significa procurar, como Cristo, fazer sempre a vontade do Pai, amar o Pai e doar-se a Ele. Como filho, Jesus está aí, no presépio, a apontar-nos o caminho da humildade, do amor filial e do amor redentor de Deus.
A vinda de Cristo para a terra simboliza a luz para o mundo. Por Ele, o Criador renova Sua aliança com o homem e coloca em prática seu projeto de libertação, conforme podemos observar nos versículos de 01 a 06 do nono capítulo do livro de Isaías.
Meia noite! Iluminam-se por completo todo o céu e toda a terra, pois neste momento renova-se a aliança do Pai Criador conosco através do (re)nascimento de Seu filho, que apesar da grande glória veio ao mundo como um de nós, nascido da simplicidade de uma mulher e na humildade de uma manjedoura, em meio a palhas e animais.
Alegremo-nos com este momento e procuremos entrar em união com Ele, vivendo um clima de Paz e
Amor com nossas famílias e demais irmãos, sobretudo aqueles que ainda não têm Cristo em seu coração.
Neste Natal queremos receber Jesus, que veio a nós por Maria. Queira ela, a partir de seu santuário, fazer jorrar abundantes graças sobre toda a nossa família, a fim de que o encontro com o Deus do presépio na Noite Santa se torne penhor para um encontro mais profundo e fraterno com os irmãos.
Que esta festa de intenso brilho para a comunidade cristã seja para nossas famílias este momento de encontro, de paz e de união e fraternidade.
Poderemos celebrá-lo desta forma se o nosso coração estiver preparado e reconciliado com nossos irmãos. Assim, Maria poderá nele reclinar o Menino Deus, e irradiaremos e experimentaremos a Paz que Cristo nos quer trazer nesta NOITE DE NATAL.
Por Carlos Alberto Dias, graduado em Teologia (UFPI, 2001)