Adão José de Sousa, de 40 anos continua sustentando sua versão de inocência no estupro coletivo contra quatro adolescentes em Castelo do Piauí, a 190 km de Teresina. "Eu sou Inocente", foi o que declarou rapidamente Adão enquanto caminhava da sala de audiências até a viatura. O acusado foi ouvido na manhã desta segunda-feira (22) no fórum do município de Altos. A audiência começou as 7h30 min e durou até 9h30min. Segundo o promotor de Justiça, Cesário Cavalcante, por conta do clamor na região o juiz que preside o caso enviou carta precatória para que o depoimento fosse realizado na Cidade onde o acusado está preso.
Apesar de também responder judicialmente pelo caso, Adão foi ouvido somente como testemunha nesta audiência, pois seu depoimento será usado no processo no qual respondem os quatro adolescentes apreendidos no CEIP em Teresina.
"Existem dois processos. Uma representação contra os adolescentes e outra contra o Adão. Hoje ele foi ouvido como testemunha da representação contra os adolescentes. Esta audiência teve que ser aqui por conta do clamor e da revolta da população. Embora legítima, tememos que possa acontecer algo contra a segurança das pessoas e dos próprios acusados, por isso foi enviada carta precatória para que ele fosse ouvido aqui, onde está preso", explicou o juiz.
O processo corre em segredo de Justiça e a equipe de reportagem não foi autorizadaa fazer imagens da audiência. O promotor, explica que a audiência de continuação, onde serão ouvidas as outras testemunhas, acontece na próxima quarta-feira (24) em Castelo.
A 18 dias para o fim do prazo da apreensão dos adolescentes, a Justiça precisa concluir os depoimentos para que seja expedida uma decisão sobre o caso. O promotor acredita a decisão deve ser emitida dentro do período determinado. "Pelo andamento do processo, eu creio que o presidente do processo está conduzindo com muito acerto e acredito que será concluído dentro dos 45 dias para não extrapolar o prazo da internação provisória deles", completou.
Em Castelo foram arrolados como testemunhas os policiais que encontraram as motos das adolescentes na entrado do caminho para o morro e uma enfermeira que estava no hospital onde as adolescentes foram socorridas e que acompanho as jovens até o Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
"Ao final faremos o levantamento de todas as provas colhidas e aí então a gente vai ver quem é quem. O Ministério Público vai fazer suas alegações e a Defensoria Pública também vai fazer suas respectivas alegaçõesfinais", completou o promotor.
Adolescentes não participarão de audiências
O promotor explicou ainda que após um requerimento feito pela Defensoria Pública os adolescentes acusados pelo crime não participarão das audiências de continuação. "A defesa requereu e nós decidimos por não precisar da presença dos menores para evitar tumulto e não gerar um clamor maior que pode atrapalhar os depoimentos e o trabalho judicial", completou.
Os quatro continuam apreendidos no CEIP, em Teresina e aguardam o resultado do julgamento que deve ocorrer nas próximas semanas.
Fonte: Cidade Verde/Rayldo Pereira