O principal alvo da operação Gênesis, deflagrada nas primeiras horas da última quinta-feira (17), trata-se de Francisco Torres Delmiro Neto, vulgo "Terceiro". Ele é acusado de planejar a morte do agente Henrique, policial civil que iniciou investigações com o objetivo de desarticular um esquema de tráfico de entorpecentes na cidade de Altos.
Documentos obtidos pelo site GP1 mostram diálogos entre Terceiro, o seu advogado, que não teve o nome revelado nas conversas, e a esposa, identificada como Inocência. Em uma chamada realizada no dia 15 de março de 2019, o advogado sugere a esposa de Terceiro que deem uma “freada” no policial. Além disso, ele afirma que pode fazer com que um telefone chegue até seu cliente, que se encontra preso na Penitenciária José Ribamar Leite, a Casa de Custódia de Teresina. A entrega seria feita, segundo a interceptação, por meio de uma agente penitenciária.
No mesmo dia, Inocência entra em contato com Terceiro e diz que teve a prisão pedida pela Polícia Civil, mas foi negada pela juíza antes de sair em férias. Terceiro questionou por que o policial Henrique havia pedido a prisão e Inocência disse que era por causa de um comprovante em seu nome. Nesse momento, Terceiro diz que se o policial conseguir fazer com que sua esposa seja presa, ele “acaba com a vida” do agente.
Ainda no dia 15 de março, o advogado e Inocência iniciam um novo diálogo. Ela questiona por que o investigador Henrique pediu a prisão contra ela. O advogado então diz que não tem nada, por isso a prisão não havia sido decretada. Ele então diz que tem que “dar uma freada” no policial e questiona porque Terceiro não espalhou que o policial era um miliciano. Ela então diz que Terceiro tinha receio de que fosse pior. O advogado se compromete então a ser mais atencioso com os processos.
Advogado ofereceu dinheiro para o agente
O advogado de Terceiro e Inocência chegaram a oferecer dinheiro ao agente do 14º Distrito Policial de Altos, a fim de que ele cessasse as investigações, depois que várias pessoas do grupo criminoso foram presas. O policial recusou a proposta, procurou o Ministério Público e assim teve início a investigação que revelou o plano de assassiná-lo.
Fonte: GP1
Foto: Lucas Dias GP1